Prolongar a memória de Espinho", projeto de Inês Canha

"Prolongar a memória de Espinho"
Projeto de Inês Canha
Apoio: Museu Municipal de Espinho

Espinho é uma cidade portuguesa que nos últimos anos tem assistido a um crescimento cultural e turístico notório, sendo uma cidade moderna que acolhe milhares de visitantes nacionais e estrangeiros ao longo do ano, tornando-se cada vez mais um destino relevante a nível europeu.
Nos últimos tempos têm surgido projetos resultantes de uma cidadania ativa que pretende contribuir para a sua respetiva valorização e crescimento da cidade, contudo, a cidade é muitas vezes abordada por um olhar "exterior”. Fala-se dos seus 8km de praia, da arte-xávega, da arquitetura, da gastronomia, da história local, mas são raras as vezes que se realçam as personalidades de relevo que constroem a cidade contemporânea. A cidade não é só um lugar, é casa de muitas personalidades incontornáveis da história e é tempo. É passado, presente e futuro, é aquilo que se fez dela e continua-se a fazer, sendo feita pela ação de pessoas com determinação e persistência, construindo assim uma cidade jovem e moderna que é hoje a cidade de Espinho como a conhecemos. 
Apesar de Espinho ser uma cidade de pequena dimensão, tem um caráter inconfundível. A sua identidade complexa não resulta só da sua história, resulta também da sua natureza, das suas gentes. Nas palavras de Fernanda Miguel, em "O Primeiro Autarca de Espinho e Memórias Antigas”: "Quem conhece o Povo Vareiro admira a sua linguagem castiça, rica de idiomática e saber popular, as suas personagens mais típicas e mais simpáticas, a sua ingenuidade perante os homens e a vida, as suas alegrias e as suas fraquezas, a luta homérica com o mar, o seu culto pela dignidade, valores humanos e religiosos.” É preciso mostrar quem é este povo no sentido de o evidenciar na memória de todos. 
Para além de homenagear a cidade enquanto um todo, torna-se importante perceber quem são estas figuras que fazem de Espinho uma cidade melhor para se viver e trabalhar. Essa memória merece ser feita pelas pessoas que lutam pela singularidade e relevância desta urbe virada para o mar.
É este essencialmente o cerne deste projeto artístico. Através do retrato, pretende-se ilustrar e imortalizar uma imagem viva que revitalize por meio do azulejo, matéria infindável e típica da história nacional, todas as personalidades espinhenses que tornam viva e memorável a cidade de Espinho. Assim, é proposto um conjunto de retratos que enfatizam e homenageiam uma série de 21 personalidades honorárias da área da cultura. Além de homenagear e inspirar as pessoas da cidade, Espinho vê estimada a sua memória coletiva e vê ser feito por excelência esta ode à sua memória.

Inês Canha

Nota biográfica da autora do projeto
Inês Reis Canha nasceu a 20 de março de 1999 em Santa Maria da Feira. Apesar de ter nascido em terras de Santa Maria, foi em Espinho onde cresceu e fixou residência. Desde muito jovem mostrou interesse pelas artes plásticas, desde o desenho, a pintura, o design, a tatuagem e atualmente a cerâmica. Em Espinho fez a instrução primária e frequentou o curso científico-humanístico de Artes Visuais na Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida. Detém uma licenciatura em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Participou em várias exposições coletivas como "criARTE”, em 2017, "Olho de peixe”, em 2018, ambas exibidas no Museu Municipal de Espinho, "Estar é um verbo irregular”, em 2022 na galeria do Museu da FBAUP. Colaborou com ilustrações para o livro "Contos ao Pôr-do-sol” ao lado de outros artistas portugueses, em 2021. Fez a sua primeira exposição individual em Espinho com o seu mais recente projeto de retratos em azulejo que pretende homenagear o povo espinhense. Atualmente vive e trabalha em Creta como ceramista no âmbito do programa Erasmus.