Arte Pintada a Letras

Arte Pintada a Letras

Patente entre 14 de maio a 3 de julho de 2011.

50 Artistas, mais de 100 obras de escultura e de pintura juntam-se pela primeira vez no mesmo espaço e pelo mesmo objetivo: a evocação do ano dois do jornal cultural quinzenal As Artes entre As Letras.
50? Porque é o número de edições do jornal que hoje assinala o segundo aniversário. Só a grande generosidade, o verdadeiro sentido solidário cultural e a amizade intemporal e sem barreiras, com que todos me honram e distinguem tornou possível a concretização desta exposição que é única e inédita no panorama das artes em Portugal.

Destaco o privilégio que é contar com a participação do Mestre Adelino Ângelo, o único pintor português representado no Vaticano com um retrato de João Paulo II e que nunca integrou uma mostra coletiva.

É também devida uma palavra de muito reconhecido agradecimento a Isabel Meyrelles, a primeira pintora surrealista portuguesa, radicada em Paris há mais de 40 anos e que partilhou com Mário Cesariny e Cruzeiro Seixas a grande aventura dos primeiros passos do movimento surrealista português.

Três nomes estrangeiros dão o toque internacionalmente gentil a esta exposição, são Ludmila, pintora russa, Rik Lina, pintor surrealista holandês e Cassio Melo, pintor equestre brasileiro.
É com muita emoção que aqui lembro dois Mestres em jeito de homenagem – Jaime Isidoro e Carlos Lança. Ambos, particularmente o primeiro, cúmplices de muitos dos meus passos na descoberta dos traços, dos jogos de cores, das tendências, das texturas, das influências, das formas mais ou menos desenhadas, ou a intensidade das pinceladas.

Cruzam-se nesta "Arte pintada a Letras” os meus afetos de anos entre as cidades de Nadir, o Alentejo de Armando Alves e de Cutileiro, a força da natureza de Curval, o múltiplo azul de Francisco Laranjo, o traço inconfundível de José Rodrigues, as aguarelas de Resende, o rigor matemático de Rui Coelho, o imaginário labiríntico de António Quadros, as formas sensuais de Francisco Simões, os rostos de um ontem histórico e de um hoje marginal, do Alexandre e da Gabriela, a força da policromia da Luísa, da Antónia, da Maria André e da Rosa, as formas que nos agarram do Helder, da Helena, da Elsa, da Beatriz, a dança nos corpos do Artur com a irreverência de Cruzeiro Seixas.

"Sem emoção, algumas decisões morais mantêm a lógica, mas resultam frias e inumanas” cito António Damásio para, agradecer emocionada a todos os que fazem parte viva desta coletiva e a todos os que não estando nela presentes, dela não estão ausentes.
Nassalete Miranda

[Em construção]